A OMS, Organização Mundial de Saúde, considera um casal infértil quando há 12 meses de tentativas de gravidez sem sucesso. Em cerca de 30% dos casos, a infertilidade conjugal é causada por fatores masculinos, e uma das situações mais graves é a azoospermia, quando há a ausência de espermatozoides no sêmen.
Se você está passando por essa situação, saiba que existem tratamentos para essa condição. Se quiser entender um pouco mais sobre esse problema e seus tratamentos, leia o que vem a seguir.
Antes de falar sobre azoospermia, é preciso deixar clara a diferença entre espermatozoides e sêmen.
Sêmen é o líquido como um todo ejaculado durante as relações sexuais ou a masturbação. Os espermatozoides são as células reprodutivas masculinas, que estão presentes no sêmen. As principais funções desse líquido são proteger, nutrir e facilitar a movimentação dos espermatozoides ao longo do caminho que eles precisam percorrer até encontrar o óvulo nas tubas uterinas.
Porém, por diversas causas, alguns homens podem ejacular o sêmen sem espermatozoides. Chamamos essa condição de azoospermia, que pode ser de dois tipos, de acordo com a causa: azoospermia obstrutiva e azoospermia não obstrutiva.
Azoospermia obstrutiva é aquela causada pela obstrução do caminho pelo qual o espermatozoide passa até ser ejaculado. Nesses casos, os espermatozoides são produzidos pelos testículos, mas não são ejaculados com o sêmen.
A vasectomia provoca a azoospermia obstrutiva, por exemplo, uma vez que bloqueia a passagem dos espermatozoides pelos canais deferentes.
Outras causas para o problema são distúrbios congênitos nos canais deferentes, infecções genitais que podem obstruir a passagem dos gametas e problemas genéticos.
A azoospermia não obstrutiva ocorre quando os testículos não produzem os espermatozoides. Ela pode ser causada por fatores genéticos ou infecções prévias, distúrbios hormonais e muitas vezes tem origem indeterminada.
Tumores, medicamentos, quimioterapia, doenças como a varicocele e radiação também podem causar azoospermia. Este é um problema que não apresenta muitos sintomas e geralmente só é descoberto por meio de exames específicos, após suspeitas de infertilidade.
O diagnóstico é feito com base no histórico clínico do paciente, exame físico, dosagens hormonais, exames genéticos e espermograma, um exame que tem como objetivo analisar a qualidade do sêmen. Devemos ter ao menos duas amostras avaliadas, com intervalo de 7 a 15 dias entre as coletas.
Para a realização do espermograma, é preciso coletar uma amostra de sêmen por meio da masturbação, e a análise e os diagnósticos são feitos de acordo com os parâmetros definidos pela OMS. São analisados, por exemplo, a quantidade de sêmen ejaculado, a cor, a viscosidade, o tempo de liquefação, o pH (aspectos macroscópicos), além da quantidade, da qualidade, da morfologia, progressão e motilidade dos espermatozoides.
Quando não há espermatozoides no sêmen, conclui-se que que há azoospermia.
Já existem algumas opções de tratamentos para a azoospermia, e o melhor tratamento vai depender do diagnóstico.
Em muitas situações, o urologista pode tentar realizar tratamentos hormonais, com objetivos de estimular os testículos a produzir alguns espermatozoides e que esses possam ser encontrados no ejaculado, para assim serem utilizados num processo de fertilização in vitro (FIV), normalmente com a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
Também existe a possibilidade cirúrgica. Alguns procedimentos conseguem coletar espermatozoides diretamente dos testículos e epidídimos para uso em ciclos de FIV. São eles PESA e MESA, TESE e Micro-TESE.
Se você está tendo dificuldades para engravidar, procure um médico especializado em reprodução assistida. Ele poderá solicitar exames e fazer uma investigação dos motivos da infertilidade do casal, diagnosticar o problema e indicar a melhor opção de tratamento para a resolução do problema a ser tratado.
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