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O que é vasectomia?

A vasectomia é um método contraceptivo definitivo indicado para homens que não querem mais ter filhos. No entanto, não é raro o arrependimento. Muitas vezes, ocorrem mudanças na vida do homem e ele tem novamente o desejo de ter filhos, o que pode ser possível com a reversão da vasectomia.

Atualmente, técnicas definitivas, como a vasectomia e a laqueadura, são evitadas. Existem métodos reversíveis com as mesmas taxas de sucesso que os métodos definitivos. Entretanto, muitos são os pacientes que já realizaram tal procedimento ou que ainda optam por realizá-lo.

O texto de hoje fala sobre esse procedimento cirúrgico que ocasiona infertilidade por fator masculino devido à obstrução no transporte de espermatozoides. Leia mais!

A vasectomia

A vasectomia é uma cirurgia cujo objetivo é interromper o fluxo dos espermatozoides pelo sistema reprodutor masculino realizando a secção dos canais deferentes, estruturas que ligam os testículos, onde são produzidos os gametas, à uretra, por onde são expelidos na ejaculação.

Como essa cirurgia é realizada?

A vasectomia é um procedimento cirúrgico de baixa complexidade, realizada por um médico especialista em urologia em hospital ou no próprio consultório. O local precisa ter a infraestrutura adequada para a realização do procedimento.

O médico aplica anestesia local e, em seguida, faz incisões de cada lado para acessar e obstruir os canais deferentes, que são seccionados e suturados.

Com esse corte e sutura, os espermatozoides não conseguem chegar às vesículas seminais para serem ejaculados, levando o homem à infertilidade.

Por que impede a gravidez?

A vasectomia provoca uma condição denominada azoospermia obstrutiva. O homem continua produzindo espermatozoides, mas eles não são ejaculados. Não ocorrem alterações na sensibilidade nem na potência sexual. O único resultado da cirurgia é impedir que os espermatozoides se juntem ao líquido seminal antes da ejaculação.

Indicações do procedimento

A vasectomia é indicada para homens ou casais que não desejam mais ter filhos. É muito comum que urologistas conversem com casais antes de realizar o procedimento.

Além disso, a realização do procedimento deve obedecer a dispositivo legislativo que determina regras para o planejamento familiar (Lei n. 9263):

“Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:

  • em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;
  • risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos”.

Taxas de sucesso da vasectomia

As taxas de sucesso da vasectomia ficam acima de 99%. No entanto, existem casos raros em que granulomas espermáticos se formam na ligação entre o testículo e o canal deferente, possibilitando a saída de espermatozoides.

Por isso, como medida padrão, cerca de dois meses após a realização da cirurgia, o homem deve realizar um espermograma a fim de verificar a presença ou ausência de espermatozoides no sêmen.

Os dois meses são necessários porque após a cirurgia ainda permanecem espermatozoides em locais posteriores ao corte e são ejaculados. São necessárias cerca de 20 ejaculações para que o sêmen não contenha espermatozoides.

É possível reverter a vasectomia?

É possível reverter a vasectomia. No entanto, a taxa de sucesso da cirurgia varia e, em alguns casos, a possibilidade de sucesso é baixa. Pacientes que realizam reversão após 3 a 4 anos depois da vasectomia têm chance de gestação em torno de 70%, caso esse seja o único fator de infertilidade. Com o passar do tempo e a pressão no epidídimo, pode ocorrer fibrose e piora da qualidade dos espermatozoides.

Tanto o paciente quanto sua parceira devem ser avaliados. Se a mulher estiver com mais de 35 anos e o homem tiver algum outro fator que prejudique a fertilidade, as técnicas de reprodução assistida são a melhor indicação, principalmente a FIV (fertilização in vitro).

Relação com a reprodução assistida

Muitos pacientes que são submetidos à vasectomia tendem a buscar a reprodução assistida para aumentar as chances de engravidar suas parceiras, uma vez que seus espermatozoides continuam a ser produzidos, mas não são liberados na ejaculação.

Para quem passou por vasectomia e deseja novamente ter filhos, são recomendados procedimentos de punção ou cirurgia testicular. Os mais conhecidos e utilizados são:

PESA

A PESA é uma técnica de aspiração de espermatozoides. Ela aspira o líquido presente no epidídimo sem a necessidade de abrir a bolsa escrotal de maneira cirúrgica. Esse procedimento é feito com anestesia local ou sedação.

Após a coleta do material, os espermatozoides são utilizados no processo de reprodução assistida para fecundar os óvulos, dando origem aos embriões que serão transferidos ao útero.

O epidídimo é uma estrutura que fica anexada ao testículo e é responsável pelo transporte e amadurecimento dos gametas.

MESA

A MESA é uma técnica de extração mais complexa, em que é feita uma incisão de cerca de 2 centímetros na pele do escroto com o intuito de expor o epidídimo. Em seguida, o fluído epididimal contendo espermatozoides é extraído para ser utilizado em técnicas de reprodução assistida, especificamente na FIV.

TESE

A TESE é uma técnica que visa extrair os espermatozoides diretamente dos testículos. Nos casos de azoospermia não obstrutiva, que indica um problema na produção dos espermatozoides, faz-se uso da TESE.

Esse procedimento é semelhante à PESA, mas é feita diretamente no testículo, em que os espermatozoides são produzidos, e não no epidídimo.

Micro-TESE

A Micro-TESE é uma técnica de extração de espermatozoides cirúrgica com o apoio de microscópio especializado, que aumenta a visualização dos espermatozoides e, consequentemente, o sucesso da técnica.

Nesse procedimento, ocorre uma microdissecação do testículo do paciente, como forma de extrair os espermatozoides para que possam ser utilizados em FIV.

Dependendo do caso, é mais indicada a FIV que a reversão da vasectomia. O médico especialista em reprodução assistida é o profissional mais adequado para avaliar cada caso e fazer a indicação.

Quer saber mais sobre o assunto? Recomendamos a leitura do artigo sobre reversão de vasectomia, que pode ser acessado clicando nesse link.

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