Quais os tipos de miomas uterinos e sua relação com a reprodução assistida?

Miomas uterinos são tumores benignos que podem surgir no corpo da mulher em idade fértil. Podem crescer dentro ou fora do útero e, por vezes, alterar seu formato. É comum que mulheres que possuam histórico do problema na família estejam mais suscetíveis ao aparecimento desses tumores.

Um mioma se forma a partir de uma das células musculares uterinas que passa a se dividir múltiplas vezes, dando origem a uma estrutura que difere dos outros tecidos do útero. Essa multiplicação celular pode ocorrer dentro ou fora desse órgão.

Além de sintomas que podem causar desconforto, os miomas uterinos também podem interferir no correto funcionamento do útero. Por isso, há tipos de miomas que podem prejudicar o desenvolvimento do feto e, em alguns casos, levar à infertilidade.

Leia o texto e saiba mais sobre miomas uterinos, principalmente seus tipos e sua relação com a reprodução assistida.

Quais são os tipos de miomas uterinos

A classificação dos miomas ocorre de acordo com sua localização no organismo. Podem ser miomas subserosos, intramurais ou submucosos.

Os miomas subserosos são aqueles localizados na parte mais externa do útero e costumam crescer para fora. São mantidos e crescem em razão da chegada de sangue por um vaso sanguíneo.

Os intramurais são o tipo mais comum de miomas uterinos e localizam-se na parede uterina. São responsáveis pela expansão e deformação do órgão.

Os submucosos são o tipo menos comum. Crescem na parte interna do útero, na direção da cavidade uterina, e podem afetar o endométrio. São esses miomas uterinos os que mais interferem na fertilidade e em distúrbios da menstruação.

É comum que a presença dos miomas uterinos seja detectada durante exames de rotina e, por isso, é importante ir ao médico de maneira rotineira. A detecção precoce permite um tratamento mais eficiente.

Os exames que podem ser solicitados para o diagnóstico de miomas são a ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética de pelve. Os tumores também podem ser detectados pelo toque vaginal, a depender de suas dimensões.

Tratamento/reprodução assistida

O tratamento dos miomas uterinos pode ser feito de forma cirúrgica ou não cirúrgica, e está relacionado aos seus sintomas. No caso de pacientes assintomáticas, não é necessária a realização do tratamento.

Entretanto, quando estão interferindo na fertilidade de mulheres que desejam engravidar ou prejudicando a qualidade de vida da paciente, sua remoção ou redução faz-se necessária.

Alguns sintomas podem indicar sua presença e a necessidade de tratamento:

• Sangramento menstrual intenso;
• Aumento do volume do abdômen
• Abortos de repetição.

Os miomas podem ser removidos por meio de uma histeroscopia via vaginal, em que é possível visualizar o interior do útero por meio de um sistema ótico.

Outro procedimento que pode ser realizado é a laparoscopia, dependendo do caso. Nesse tratamento, um sistema ótico de câmeras é inserido por meio de instrumentos cirúrgicos em pequenos orifícios abertos no abdômen. Ambos os tratamentos são minimamente invasivos.

Quando os miomas são de grandes dimensões, pode-se optar por uma cirurgia aberta, tratamento considerado invasivo. Há casos em que a remoção do útero é necessária.

Quais técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas para tratar a infertilidade por miomas

Em casos nos quais os miomas uterinos podem levar a complicações que tenham influência na fecundação ou na própria gestação, o médico pode aconselhar que seja utilizada uma técnica de reprodução assistida para mulheres que desejam engravidar.

O procedimento a ser utilizado depende do grau de comprometimento do útero. Caso o médico julgue que o órgão está apto para receber um embrião, pode ser indicada a FIV (fertilização in vitro), em que a fecundação é realizada fora do corpo da mulher, e então o embrião é transferido para seu útero.

Esse método é utilizado principalmente em casos de obstrução das tubas uterinas (também chamadas trompas ou trompas de Falópio), uma vez que tal quadro impossibilita que a fecundação ocorra no corpo da mulher.

Nos casos em que o diagnóstico aponta para a impossibilidade da gestação no útero ou em casos nos quais o útero tem que ser removido cirurgicamente, pode-se recorrer à técnica de útero de substituição.

Nessa técnica, são colhidos o óvulo da mulher e o espermatozoide do homem, a fecundação é realizada em laboratório e o embrião é transferido ao útero da mulher que foi indicada para realizar a gestação. Após o nascimento, o casal que solicitou a técnica é oficialmente reconhecido como pais da criança.

Taxa de sucesso de gravidez

Recorrer a uma técnica de reprodução assistida aumenta significativamente as chances de uma gestação, uma vez que o processo é realizado em laboratório e com acompanhamento de profissionais especializados.

O controle feito por esses profissionais possibilita que cada fase seja monitorada, de modo a evitar possíveis problemas. A fecundação realizada em laboratório também tem mais chances de ser bem-sucedida.

Para a realização da FIV, pode-se optar também pela injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), em que os espermatozoides selecionados são injetados individualmente em cada óvulo por meio de um instrumento de alta precisão denominado micromanipulador de gametas.

Mulheres com miomas uterinos que desejam engravidar podem consultar seus médicos a respeito das diferentes técnicas de reprodução assistida para, desse modo, elevar a probabilidade de uma gravidez de sucesso.

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